Câncer de mama em gatas e cadelas: diagnóstico e tratamento
A incidência do câncer continua a crescer na população humana. Segundo a Sociedade Americana para Combate ao Câncer, aproximadamente 38% das mulheres e 45% dos homens desenvolverão algum tipo de câncer em sua vida, sendo que a estimativa é de que 1,5 milhão de pessoas morrerão por causa do câncer somente nos EUA. Não temos dados oficiais sobre a incidência de câncer nos pets no Brasil, mas percebemos um aumento no número de animais diagnosticados com a doença ano a ano, talvez por mais acesso ao veterinário, mais formas de diagnóstico e maior preocupação das famílias, para citar alguns exemplos.
Como identificar o câncer de mama em gatas e cadelas
O diagnóstico precoce ainda é o jeito mais eficaz para se obter sucesso no combate ao câncer de mama. Ele costuma aparecer como um “carocinho” em uma ou mais mamas e pode crescer rápido (poucas semanas) ou lentamente (anos). Pode parecer com um grão de arroz, uma ervilha ou simplesmente deixar uma parte mais grossa na pele: por isso, qualquer alteração em uma ou mais mamas precisa ser levada muito a sério, mesmo que seja bem pequena, e a consulta com o veterinário deve ser marcada o quanto antes, pois a evolução da doença pode ser bem rápida.
A melhor maneira de cuidar de nossas gatinhas e cadelinhas é examinar suas mamas com frequência.
Como é o tratamento do câncer de mama em gatas e cadelas
Atualmente, existem diferentes opções de tratamento para o câncer de mama em pets, como mastectomia, quimioterapia, radioterapia e eletroquimioterapia. O tratamento mais indicado sempre será aquele que puder prolongar a vida do animalzinho com boa qualidade.
Frequentemente, a cirurgia é considerada a primeira opção, enquanto a quimioterapia é utilizada em um segundo momento, e somente quando há necessidade. No entanto, há situações em que a quimioterapia pode ser usada primeiro, com a intenção de facilitar a cirurgia depois.
Quando o tumor é muito grande, infiltrado ou está em uma região em que é difícil se conseguir margem cirúrgica, a eletroquimioterapia pode ser uma excelente aliada. Para saber mais sobre o uso da eletroquimioterapia clique aqui (Eletroquimioterapia: poderosa contra o câncer)
Para qualquer tumor maligno, há dois pontos a serem observados: a doença local, que é o tumor no local onde ele cresceu, e a doença sistêmica, que são as células tumorais que podem se espalhar causando as chamadas metástases. Para a doença local, cirurgia e eletroquimioterapia são as opções mais frequentes de tratamento, com o objetivo de retirar e eliminar o máximo possível das células tumorais que cresceram naquele tecido; para a doença sistêmica, o tratamento mais utilizado é a quimioterapia, que pode ser dada por via oral ou endovenosa.
Muitas pessoas têm certa resistência à quimioterapia ou cirurgia porque já viveram ou acompanharam casos de câncer em pessoas ou animais em que a quimioterapia ou a cirurgia trouxe muito sofrimento ou morte. O que sempre explico é que nosso objetivo com os animais é dar qualidade de vida e, por esse motivo, não podemos prometer cura (algum médico de fato pode?), porque a dosagem utilizada dos medicamentos quimioterápicos em animais são, em geral, mais baixas em comparação a um tratamento feito em um ser humano (não queremos que o animal faleça por conta da quimioterapia nem que tenha os efeitos colaterais graves que muitas pessoas apresentam).
Independentemente do tratamento escolhido, é fundamental iniciá-lo o quanto antes, então, nada de “esperar para ver se o tumor cresce”. Infelizmente, este é um mito em que muitas pessoas (e veterinários) ainda acreditam. A verdade é que quanto antes o tumor for retirado, maiores as chances de cura e de boa qualidade de vida.
Mitos sobre o câncer de mama em gatas e cadelas
Infelizmente, muitos mitos são difundidos sobre o câncer de mama, como: “só os tumores grandes são malignos”, “um tumor pequeno não precisa ser tratado imediatamente”, “tumores pequenos não se espalham”, entre vários outros.
É preciso ficar muito atento e desconfiar desse tipo de afirmação, pois a má informação pode influenciar o responsável e fazê-lo demorar a buscar a ajuda do veterinário, o que pode ser crucial no tratamento e na vida do animal.
Para saber mais sobre os mitos a respeito do câncer de mama leia o texto Tumores de mama em cadelas, o que eu preciso saber?
Lembre-se: estar bem informado e procurar ajuda
profissional o mais rápido possível é o primeiro passo para um tratamento bem sucedido.
O papel da nutrição nos casos de câncer de mama em gatas e cadelas
É bem gostoso ver um cão ou gato "fofinho", gordinho, mas sua saúde pode ser prejudicada pelo sobrepeso. Existem trabalhos científicos que mostram que animais que crescem magros e se mantêm magros têm menos doenças na vida, inclusive menor incidência de câncer de todos os tipos, como o de mama. Ou seja, a boa nutrição ajuda a prevenir doenças.
Mas, nos casos em que o câncer já foi diagnosticado, a nutrição também cumpre papel fundamental no tratamento.
Diferenças no comportamento biológico do tumor, estadiamento tumoral e reação individual de cada paciente podem afetar o resultado do tratamento realizado e as indicações nutricionais, sendo que não existe uma única dieta que sirva para todas as cadelas ou gatas com tumor de mama. Portanto, é primordial buscar a orientação de um veterinário especializado em nutrição para adequar a dieta a cada caso. Para saber mais sobre o papel da nutrição nos casos de câncer leia o texto Como alimentar cães e gatos com câncer
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