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Dra. Vanessa Muradian

Novas informações sobre o cão de Hong Kong positivo para coronavírus


Como prometi no artigo publicado em 03 de março de 2020 (Cães e gatos transmitem o coronavírus? O que sabemos até o momento), as notícias são atualizadas todos os dias, e em 07 de março de 2020 um novo boletim da WSAVA (Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) foi publicado com novas informações sobre esse caso.



No texto publicado aqui anteriormente, eu expliquei um pouco sobre essa confusão toda causada no planeta por esse surto de coronavírus em seres humanos. Também falei sobre as diferenças entre o coronavírus já existente nos animais e esse "novo" vírus que está atacando alguns humanos. Mas o que muitas pessoas nos perguntam realmente, é sobre a notícia do cão de Hong Kong que está em quarentena por ter tido resultado positivo ao coronavírus, querendo saber se o cão é positivo mesmo, se está doente, se pode ter sido ele que transmitiu para sua dona e vice versa, enfim, o que de fato ocorreu.



Quem não sabe do que eu estou falando, em 28 de fevereiro de 2020, notícias de Hong Kong informaram que um cão de uma paciente infectada pelo vírus SARS-Cov-2, causador da COVID-19, havia sido testado para o mesmo vírus, e o resultado foi um "fraco positivo". Até então ninguém sabia o que isso significava: ela tinha passado a doença para ele? Ele tinha passado para ela? O teste estava correto, ou era um falso positivo? Ou era uma reação cruzada com o coronavírus canino, que é um pouco diferente e pode causar diarréia nos cães?


Em 05 de março de 2020 o Departamento de Agricultura, Pescas e Conservação de Hong Kong (AFCD) informou que foram testadas amostras nasais, orais, retais e fecais desse cão; nos dias 26 e 28 de fevereiro, as amostras nasais e orais apresentaram resultados positivos, mas em 02 de março de 2020 apenas os esfregaços nasais continuavam positivos (as amostras colhidas por via oral negativaram nessa data). As amostras colhidas por via retal e fecal apresentaram resultados negativos em todos esses testes.


Segundo o boletim da WSAVA, "os testes realizados tanto no laboratório veterinário do governo (AFCD) quanto no laboratório de diagnóstico para coronavírus humano da Universidade de Hong Kong (HKU), credenciados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), detectaram uma baixa carga vial nos esfregaços nasais e orais. Ambos os laboratórios usaram a reação em cadeia pela polimerase por transcriptase reversa em tempo real (RT-PCR) e os resultados indicaram que havia uma pequena quantidade de RNA viral nas amostras. No entanto, não indicam se as amostras continham partículas virais intactas, que são infecciosas, ou apenas fragmentos do RNA, que não são contagiosos".


O que isso significa é que ainda não se sabe se o que foi encontrado no cão é o vírus inteiro, vivo, capaz de infectar seres vivos, ou se é só um pedaço do vírus, que já estaria morto e sem capacidade de causar doença no cão ou em qualquer outro ser vivo.


De qualquer forma, por precaução, o cão foi retirado de sua residência e colocado em quarentena no dia 26 de fevereiro de 2020. Esses novos testes foram realizados durante a quarentena, já fora de sua casa, para tentar definir se ele estava realmente infectado ou se estava apenas carregando vírus da paciente infectada, que estava doente em sua casa.


O documento do AFCD sugere que esse resultado fraco positivo, da amostra nasal, colhido 5 dias após o cão ter sido removido de sua casa, indica que o cão pode ter um baixo nível de infecção, e é possível que ele tenha contraído o vírus direto da paciente. No entanto, ainda não há evidências de que os animais de estimação possam transmitir o vírus para outros animais e seres humanos.


Conforme novas informações forem divulgadas irei colocando aqui. Para ler o texto inicial completo, sobre os cuidados que devemos ter com animais de estimação com suspeita de ter tido contato com alguém doente, clique aqui.



















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