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Dra. Vanessa Muradian

Eletroquimioterapia no tratamento de Mastocitoma Grau II com margens cirúrgicas comprometidas


Trabalho apresentado e publicado nos Anais do II Encontro Brasileiro de Eletroquimioterapia Veterinária, dezembro de 2015

ELETROCHEMOTHERAPY AS TREATMENT OF MAST CELL TUMOR GRADE II WITH INCOMPLETE SURGICAL MARGINS

Vanessa Muradian¹, Elison H. Furuko²

¹PetProLife, São Paulo, Brasil

²Clínica Veterinária Nova Itinguçu, São Paulo, Brasil

contato@petprolife.com.br

Abstract: Mast Cell Tumor (MCT) is one of the most frequent cutaneous tumors in dogs with great variability in biological behaviour. Traditional treatment recommends wide surgical excision which sometimes can be mutilating to the patient and agressively refused by the owner. A 13yo female Sharpei presented to PetProLife oncology service with a 8 cm haemorragic and ulcerated tumor under right eye, with a diagnosis of mast cell tumor. Owner refused aggressive surgery and treatment was performed with conservative surgery and eletrochemotherapy (ECT) to clean up margins. Histopathological analysis showed MCT grade II with tumor cells in all margins. Patient received chemotherapy with prednisone and vimblastine and remained in complete remission for 9 months, when new tumors showed up in legs and abdomen. New surgery performed with ECT and the diagnosis was MCT grade III with massive lymphatic invasion. Patient died two weeks later. No tumor was found where first surgery was placed, concluding that ECT is a safe and effective therapy for incompletely excised MCT in dogs.


Key words: mast cell tumor, eletrochemotherapy, dog, treatment, surgery

Palavras-chave: mastocitoma, eletroquimioterapia, cão, tratamento, cirurgia


Resumo: Mastocitoma é uma das neoplasias cutâneas mais comuns em cães e pode ter comportamento biológico variado. O tratamento tradicional contempla ampla excisão cirúrgica mas, dependendo do tamanho e localização da formação pode-se obter resultados mutiladores, nem sempre aceitos pelo proprietário. Paciente canina, SharPei, 13 anos, foi atendida em clínica veterinária particular da cidade de São Paulo, em novembro de 2014, com aumento de volume em região infra orbital direita. Suspeitando-se de doença periodontal foi realizado tratamento com prednisona e cefalexina, com resolução do quadro. Em janeiro de 2015 paciente retornou com novo aumento de volume no mesmo local, 8 cm de diâmetro, ulcerado e hemorrágico. Realizada PAAF com diagnóstico de mastocitoma, foi encaminhada ao serviço de oncologia da PetProLife. Diante do possível comprometimento ocular e infiltração esparsa definiu-se que não haveriam margens de segurança suficientes, de forma que a enucleação e retirada de grande área da face seria necessária, produzindo resultados mutiladores sem a certeza de completa excisão tumoral. Foi então decidido pela cirurgia conservadora associada a eletroquimioterapia nas margens cirúrgicas (laterais e profunda). Após retirada da formação neoplásica o procedimento de eletroquimioterapia foi realizado conforme protocolo: aplicação endovenosa de bleomicina na concentração de 15 U/m² seguida, após intervalo de 7 minutos, da aplicação de 8 pulsos elétricos, com duração 100 µseg, frequência 10 Hz, entregues por eletrodos em agulha paralelos e voltagem de 800 V/cm. Vinte e um dias após a cirurgia foi iniciado protocolo quimioterápico tradicional com prednisolona e vimblastina. Exames de sangue e imagem e avaliações clínicas foram realizados periodicamente para acompanhamento. O laudo do histopatológico foi de mastocitoma grau II com margens comprometidas. A paciente se manteve em remissão completa por nove meses, quando apresentou nódulos esparsos em membros posteriores e abdomem. Realizada nova cirurgia com eletroquimioterapia no transcirurgico, o diagnóstico histopatologico foi de mastocitoma grau III com maciça disseminação linfática e cutânea, e a paciente veio a óbito duas semanas após. Nenhum nódulo foi encontrado na região da cirurgia anterior, concluindo-se que a eletroquimioterapia é uma modalidade de tratamento segura e eficaz que pode ser utilizada em combinação com cirurgia e quimioterapia tradicional para mastocitomas de difícil retirada cirúrgica em cães, com ou sem margem comprometida.


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